quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Freddie Hubbard morre aos 70 anos

Freddie Hubbard, o lendário trumpetista de jazz que usou sua técnica poderosa para criar novos standarts na era do hard-bop, morreu nesta manhã de Segunda-Feira no Sherman Oaks Hospital em Los Angeles. As causas da morte foram complicações decorrentes de um ataque cardíaco sofrido dia 26 de Novembro. A informação foi divulgada pela DL Media, a firma de publicidade do músico.

Hubbard nasceu no dia 7 de abril de 1938 em Indianapolis. Ele tocou e gravou com músicos conhecidos da cidade como Wes Montgomery, Buddy Guy e Monk Montgomery antes de se mudar para Nova York em 1958. Com o esforço do trabalho de sideman com Sonny Rollins, Slide Hampton, Paul Chambers e Philly Joe Jones, entre outros, ele começou a gravar uma influenciável gama de álbuns para a gravadora Blue Note em 1960. Essas gravações ajudaram a cimentar a reputação do selo na época do hard-bop e firmou o trumpetista como o mais importante estilisticamente desde Lee Morgan - a quem Hubbard veio a substituir no Art Blakey's Jazz Messengers em 1961.

Seu som e técnica traçam um irresistível paradoxo: rápido fraseado a la bebop e notas altas complementam um tom sedutor - claro, apaixonado e facilmente reconhécível - e uma profunda intimidade com a melodia. Em acréscimo ao imensurável trabalho com Quincy Jones e Art Blakey no começo dos anos 60, Hubbard gravou dois álbuns essenciais como líder para o selo Impulse! em 1962 e 1963, e contribuiu como sideman em álbuns históricos, por exemplo The Blues and the Abstract Truth, de Oliver Nelson, Africa/Brass, de John Coltrane, Speak No Evil, de Wayne Shorter e Herbie Hancock em Maiden Voyage e Empyrean Isles.

No final dos anos 60 seus álbuns divergeram entre vários estilos involvendo post-bop, avant garde e material comercial. Nos 70 ele começou a definir o som do selo CTI de Creed Taylor. Seus primeiros trabalhos para o selo, Red Clay, Straight Life e o ganhador do Grammy First Light, representam algumas das melhores gravações de um período não muito explorado nos anais da história do jazz, e Hubbard ofereceu um tipo diferente de marca do que Miles Davis vinham apresentando: firmado no hard bop e aprendendo pesado com o R&B e o funk, estes trabalhos são mais acessíveis pela sua produção mais polida, arranjos ambiciosos e sons não-impositivos como qualquer música de Hubbard tenta ser.

Durante os anos 70, toda essa acessibilidade se transformou em comercialidade desmedida, resultando em uma série de sessões na Columbia (Records, gravadora musical) que forçaram os críticos a questionar os motivos de Hubbard: com alguma ironia, estas sessões tiveram uma importância para os novos fãs de música interessados em obscuridades, cultura DJ e até alguma nostalgia.

Nos 80 HUbbard sofreu algumas baixas pelo consumo excessivo de drogas mas voltou para a Blue Note para completar alguns álbuns , dois dos quais dividindo espaço com o fenômeno do trumpete Woody Shaw. Após sofrer algumas lesões no lábio superior em 1992, Hubbard nunca mais recuperou sua destreza veloz no instrumento e nos últimos anos outros problemas de saúde não relacionados aos lábios atrapalharam sua vida.

Apesar de tudo, foi chamado para o NEA Jazz Masters em 2006 e os meses de verão e primavera de 2008 foram uma retomada de sua carreira nos palcos. Ele se juntou com seu empresário, o também trumpetista David Weiss, ao New Jazz Composers Octet para um álbum recém divulgado, On The Real Side (Times Square), onde Hubbard toca flugelhorn. Ele celebrou o lançamento do trabalho e seu aniversário de 70 anos com shows em Nova York no clube Iridium e no Yoshi's, em São Francisco. As últimas declaração de Hubbard para a revista de JazzTimes e Associated Press, ele se revelou satisfeito com seu legado de performer e se mostrou entusiasta sobre sua evolução como compositor.

Hubbard deixa sua mulher, Briggie, e um filho, Check.

Fonte: JazzTimes / Jeff Tamarkin

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